Heraldo Maués

Seção Memorias

Lourdes Gonçalves Furtado



Lourdes Gonçalves Furtado, ou melhor, a Professora Lourdes, é daquelas pessoas pelas quais adquirimos admiração e respeito por conta de sua notável trajetória acadêmica, que não se distancia em nada de suas experiências pessoais. A Professora Lourdes se licenciou em História pela Universidade Federal do Pará, no ano de 1966, e logo após se formar, em 1967, ganhou uma bolsa de pesquisa no Museu Paraense Emílio Goeldi, e no ano seguinte conheceu aquele que seria, como ela mesma diz, o seu grande mentor e mestre, o antropólogo Eduardo Galvão.

Apesar do desejo inicial de estudar populações afro-brasileiras, foi a partir de Galvão que ela começou a navegar pelos rios amazônicos buscando compreender o modo de vida dos pescadores... e não parou mais! Em 1968, fez uma especialização em Antropologia Social – O Homem na Amazônia pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. No ano de 1980, defendeu sua dissertação de mestrado, na Universidade de São Paulo, sob orientação de Oracy Nogueira, com o título “Curralistas e rendeiros de Marudá: pescadores do litoral do Pará”. E, em 1989, defendeu tese de doutorado intitulada “Pescadores do Rio Amazonas: um estudo antropológico da pesca ribeirinha”, sob mesma orientação e na mesma instituição.

Entender o modo de vida das populações pesqueiras, então, tornou-se o centro de sua vida acadêmica e Lurdinha (como Galvão a chamava) saiu da Rua Primeiro de Maio – atual Avenida Senador Lemos –, no bairro do Telégrafo, para se tornar uma das precursoras desses estudos no Brasil.

Atualmente, coordena o Projeto RENAS (Projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas da Amazônia: Relações do Homem com o seu Meio Ambiente), iniciado em 1994, que já está na sua 4ª fase e foi a idealizadora, em 2003, do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (LAMAq), que tem como objetivo legitimar a relação do Museu Goeldi com as comunidades pesqueiras da região, estudadas por pesquisadoras/es do Museu há aproximadamente 50 anos – completados em 2016.

 

Texto: Guilherme Bemerguy Chêne Neto.

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